terça-feira, 20 de outubro de 2009

INTOXICAÇÕES

DISCUSSÃO SOBRE INTOXICAÇÕES POR
MEDICAMENTOS E AGROTÓXICOS NO BRASIL DE 1999 A 2002
Discussion about Medication and Pesticide Poisonings in Brazil from 1999 to 2002
Reginaldo T. Mendonça1, Jaqueline L. Marinho2
1Mestre em Saúde na Comunidade - Departamento de Medicina Social da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP).
2*Graduanda em Medicina pela FMRP-USP.
*Autor para correspondência E-mail: jackluvis@ig.com.br
Recebido em 20/09/2005 - Aceito em 15/12/2005.
RESUMO: Medicamentos e agrotóxicos são intensamente consumidos e os contextos produtivos e mercadológico nos quais estes estão inseridos aproximam os riscos à saúde e ao meio ambiente relacionados à sua utilização, dentre os quais estão as intoxicações, cujos principais agentes são os medicamentos e agrotóxicos. Objetivos:Discutir o padrão de intoxicações por medicamentos e agrotóxicos no Brasil, mostrando a aproximação entre estes produtos, através da importância dos mesmos e de suas interações nas intoxicações humanas e das relações envolvidas no consumo e comercialização. Métodos:Foram interpretados os dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX) sobre casos registrados de intoxicações humanas durante os anos de 1999 a 2002, no Brasil, num total de 293.904 casos.
Para a discussão, diversos outros trabalhos foram revisados e analisados.Resultados. A aproximação entre medicamentos e agrotóxicos é expressiva, pois ambos mostraram-se como os principais agentes de intoxicações, participando de 28,2% e 10,5%, respectivamente, do total de casos. As principais circunstâncias foram acidentes (60,08%), tentativa de suicídio (19,88%) e
ocupacional (7,29%).As mulheres participaram em 61,81% das intoxicações por medicamentos e
os homens em 64,51% dos casos por agrotóxicos de uso agrícola. Na zona urbana 40,1% das intoxicações foram por medicamentos, enquanto na rural os agrotóxicos de uso agrícola foram os agentes em 18%. Os agrotóxicos de uso agrícola apresentaram a maior letalidade, participando de 36,26% dos óbitos, enquanto os medicamentos de 16,05%. Conclusões:Deve-se atentar para a importância das intoxicações por estes agentes e para os fatores envolvidos na geração de danos à saúde e ao meio ambiente, como o expressivo consumo de medicamentos e agrotóxicos, em detrimento de outros modos de tratamento e produção.O desconhecimento dos riscos da utilização errônea e indiscriminada, e a propaganda que minimiza efeitos adversos e tóxicos e favorece o emprego destes produtos.

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